quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Sobre (in) Sustentabilidade

O que pensamos quando falamos em ambiente e em questões ambientais?





Não são só palavras soltas, mas sim representam a complexidade da vida.


Entre muitas das expressões no deparamos com a  palavra sustentabilidade


Conversar sobre sustentabilidade tem haver com a forma como nos relacionamos com o ambiente ou lugar  onde vivemos. - o planeta Terra.


“O planeta está em alerta por consequência do consumismo inconsciente, sem pensar no impacto social e ambiental. A produção de lixo no mundo deve ter um aumento de 1,3 bilhão de toneladas para 2,2 bilhões de toneladas até o ano de 2025, segundo estimativas do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). Para os especialistas da entidade, a gestão dos resíduos e o descarte correto de materiais se torna cada dia mais imprescindível para que o mundo caminhe para um desenvolvimento sustentável.”  (https://www.revistainterativa.org/2020/01/in_sustentabilidade/ )

Vejamos a frase acima, o que consumimos e como descartamos representa uma forma dessa relação. 

Assim, quando usamos a expressão  sustentabilidade, estamos falando sobre a nossa relação de consumo. Mas não entendamos aqui como consumo somente aquilo que “compramos”. Consumo está vinculado ao modo de vida de cada ser vivo. Como outras espécies consomem e mantém sua vida no planeta?

Continuar falando sobre sustentabilidade necessita, então falarmos também de: 

  1. lugares - ou seja os ambientes

  2. recursos - ou seja a economia, ou modelos econômicos  

  3. produção - ou seja como se produz, quem produz, (aqui temos aspectos relacionados às culturas e as sociedades) 

“Em pesquisa divulgada em 2019 pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF, sigla em inglês), apontou o Brasil como o 4º maior produtor de lixo plástico do mundo, atrás apenas de Estados Unidos, China e Índia. O país produz 11 milhões de toneladas de lixo plástico por ano. Sendo que se recicla 1,2% este tipo de lixo, ou seja, 145.043 toneladas. Os dados constam no relatório “Solucionar a Poluição Plástica – Transparência e Responsabilização”, que foi apresentado na Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEA-4), realizada em Nairóbi, no Quênia, em março de 2019.”

Começamos pela palavra LUGAR.


Todos sabem o que significa AMBIENTE, mas com certeza muito ainda temos que aprender para compreender o valor que o ambiente possui. Ele certamente é o que nos mantém vivos e que dá condições para termos  continuidade para a vida da humanidade e das  diversas outras formas de vida. 


As perguntas que ficam para este primeiro ponto é:


O quanto nós temos consciência que nossas atitudes geram impactos diretos nos ambientes, e como essas atitudes precisam ser modificadas para cuidarmos do ambiente? 


Minhas atitudes são (in) Sustentáveis? 


Quanto ao segundo ponto  - RECURSOS 


Recursos é tudo o que usamos para manter a vida. Podemos entender aqui desde os recursos básicos para manutenção como AR, ÁGUA, ALIMENTO, mas também petróleo, minérios e outras matérias primas para a produção de tudo que usamos. Assim, a forma como extraímos esses recursos, e como ele sai do ambiente e chega até  o mercado, e como nós compramos-os e transformados em produtos, e ainda como nos “livramos” deles, ou descartamos as sobras está relacionado ao modelo econômico e ao tipo de economia estabelecido em nossa sociedade.  


Então mais algumas perguntas:


Esse modelo econômico ou essa economia  é (in) sustentável?

Meu padrão de consumo é (in) sustentável?



Vamos então ao terceiro ponto -  PRODUÇÃO


A produção diz respeito à forma como produzimos alguma coisa. De quais tecnologias utilizamos e quem são as pessoas envolvidas na produção. Além dos resíduos resultantes desse processos. Isso está relacionado às diferentes sociedades e como cada sociedade vê e se relaciona com o ambiente e seus recursos.


Poderia aqui falar sobre a idades pelas quais nossa civilização passou desde a idade da pedra até os tempos de hoje (da nanotecnologia e das intervenções a nível sub atômica), no entanto a ideia é refletirmos.


Aí temos outras questões:

 

Nossos modos de produção são (in) Sustentáveis? Como é nossa pegada ecológica?


Muitas outras questões me inquietam mas pergunto. 



Meu convite é para conversarmos mais sobre sustentabilidade e deixo aqui esse desafio..



quinta-feira, 17 de setembro de 2020

Aproximações conceituais - diversidades

A palavra diversidade é um conceito plural. Trata-se de  um substantivo feminino e pode ter  vários significados.

Diverso, diferente, variado, variedade, múltiplo, pluralidade, entre tantos outros.

O que marca o conceito são os termos diverso e multiplicidade.


Ao organizar o nosso pensamento para compreender o que significa diversidade precisamos, num primeiro momento, considerar alguns aspectos:  

  • a diversidade pode significar algo que é diferente,

  • pode significar uma relação com o contraditório ou discordância,

  • e ainda uma condição de multiplicidade.


Então, temos núcleos de entendimento para a palavra. E de acordo com o contexto ou contextos, podemos ter tipos de diversidades. Por exemplo, diversidade biológica, étnica, cultural,  social,  religiosa, musical, linguística, entre outras e mais recentemente,  temos nos deparado com um termo que é a neurodiversidade, ou diversidade neurológica.


No entanto, para  compreender o conceito e os tipos de diversidades precisamos ainda relacioná-lo com alguns outros conceitos: como identidade, território, territorialidade,  pertença e pertencimento.


O entendimento do conceito de identidade ou a construção de uma identidade, melhor dizendo, a construção das identidades que reconhecemos está diretamente relacionada às diversidades. Percebemos que são conceitos intimamente conectados (lembrando do outro post do blog, quando falei em interser). Assim, para constituir uma identidade precisamos levar em consideração os aspectos, como diversidade demográfica, experimental e cognitiva. As identidades se fazem a partir das diversidades.


Outro conceito intimamente ligada ao entendimento de diversidade é o de território. Como as pessoas se conectam aos espaços de vida e qual sua territorialidade? O entendimento dessa relação da vida com o espaço vivido contribui para a compreensão  do conceito de diversidade. Reconhecer-se num território e ter o sentimento de pertença para com este lugar, com seus elementos e suas comunidades  nos permite, por exemplo, dizer…”eu sou daqui” ,”é isso me constitui como ser”, “faz parte da minha identidade”. “eu sou, nós somos”. e Isso está diretamente relacionada ao ques estamos conversando. 


Ainda, compreender e reconhecer o sentimento de pertença e pertencimento, nos permite ampliar o entendimento da  palavra diversidade, que na verdade é muito além do que uma palavra. 


Considerando então, esses elementos podemos compreender o conceito de diversidade, ou  nos aproximar do mesmo. 


A ideia é lembrar que quando falamos em diversidade estamos falando em diverso e multiplicidade. E ainda, que todos os conceitos são construídos por pessoas, num contexto social, temporal e geográfico.


As questões são:

1) reconhecer as diversidades;

2) respeitar as diversidades.


Fica a pergunta.


Como conviver com  as diversidades?


As respostas prontas e imediatas nem sempre são as melhores respostas. 


Em busca de respostas, precisamos nos fazer outras perguntas.


  • Eu reconheço a diversidade de territórios? Eu respeito esses territórios e consequentemente as territorialidades?
  • Qual identidade eu percebo? Há outras identidades no território? Eu Considero e respeito essas identidades?
  • Existe uma relação entre a minha identidade e espaço de vida e vivência? Essa relação é compartilhada e colaborativa?
  • Eu compreendo a identidade “humanidade” e eu respeito as diversidades inerentes a essa identidade, no seu espaço de vida?


Vamos conversar mais sobre Diversidades...


domingo, 26 de julho de 2020

Um ciclo

Como disse na postagem anterior ‘Esse tempo de distanciamento social e de reclusão me provocou a buscar outro e novo desafio’.

Nestes dias me encontrei, por acaso, com dois textos lindos.

Lembrei-me como gostava de ler poemas e poesias, mas há tanto não me dou tempo e nem espaço. Então nesse processo de reflexão sobre meu papel para com a humanidade e com a abertura a novos desafios quero compartilhar com vocês a minha satisfação...

Primeiro:

“INTERSER” (de “O Coração da Compreensão”)

Por Thich Nhat Hanh

“Se você for um poeta, verá claramente que há uma nuvem flutuando nesta folha de papel. Sem uma nuvem, não haverá chuva; sem chuva, as árvores não podem crescer e, sem árvores, não podemos fazer papel. A nuvem é essencial para que o papel exista. Se ela não estiver aqui, a folha de papel também não pode estar aqui. Logo, nós podemos dizer que a nuvem e o papel intersão. “Interser” é uma palavra que não está no dicionário ainda, mas se combinarmos o prefixo “inter” com o verbo “ser” teremos este novo verbo “interser”. Sem uma nuvem, não podemos ter papel, assim podemos afirmar que a nuvem e a folha de papel intersão.

Se olharmos ainda mais profundamente para dentro desta folha de papel, nós poderemos ver os raios do sol nela. Se os raios do sol não estiverem lá, a floresta não pode crescer. De fato, nada pode crescer. Nem mesmo nós podemos crescer sem os raios do sol. E assim nós sabemos que os raios do sol também estão nesta folha de papel. O papel e os raios do sol intersão. E, se continuarmos a olhar, poderemos ver o lenhador que cortou a árvore e a trouxe para ser transformada em papel na fábrica. E vemos o trigo. Nós sabemos que o lenhador não pode existir sem o seu pão diário e, consequentemente, o trigo que se tornou seu pão também está nesta folha de papel. E o pai e a mãe do lenhador estão nela também. Quando olhamos desta maneira, vemos que, sem todas estas coisas, esta folha de papel não pode existir.

Olhando ainda mais profundamente, nós podemos ver que nós estamos nesta folha também. Isto não é difícil de ver, porque quando olhamos para uma folha de papel, a folha de papel é parte de nossa percepção. A sua mente está aqui dentro e a minha também. Então podemos dizer que todas as coisas estão aqui dentro desta folha de papel. Você não pode apontar uma única coisa que não esteja aqui- tempo, espaço, a terra, a chuva, os minerais do solo, os raios do sol, a nuvem, o rio, o calor. Tudo coexiste com esta folha de papel. É por isto que eu penso que a palavra interser deveria estar no dicionário. “Ser” é interser. Você simplesmente não pode “ser” por você mesmo, sozinho. Você tem que interser com cada uma das outras coisas. Esta folha de papel é porque tudo o mais é.

Suponha que tentemos retornar um dos elementos à sua fonte. Suponha que nós retornemos ao sol os seus raios. Você acha que esta folha de papel seria possível? Não, sem os raios do sol nada pode existir. E se retornarmos o lenhador à sua mãe, então também não teríamos mais a folha de papel. O fato é que esta folha de papel é constituída de “elementos não-papel”. E se retornarmos estes elementos não-papel às suas fontes, então absolutamente não pode haver papel. Sem os “elementos não-papel”, como a mente, o lenhador, os raios do sol e assim por diante, não existirá papel algum. Tão fina quanto possa ser esta folha de papel, ela contém todas as coisas do universo dentro dela.”

https://dharmalog.com/2012/10/29/se-voce-for-um-poeta-vera-claramente-que-ha-uma-nuvem-flutuando-nesta-folha-de-papel-interser-por-thich-nhat-hanh/

 

Segundo:

 De tudo ficaram três coisas...

A certeza de que estamos começando...

A certeza de que é preciso continuar...

A certeza de que podemos ser interrompidos

antes de terminar...

Façamos da interrupção um caminho novo...

Da queda, um passo de dança...

Do medo, uma escada...

Do sonho, uma ponte...

Da procura, um encontro!

Fernando Sabino, O Encontro Marcado.

Nota: Trecho adaptado de “III – O Escolhido”, do livro ‘O Encontro Marcado’, de Fernando Sabino. https://www.pensador.com/frase/Mzk2Nzk2/ 



sexta-feira, 24 de julho de 2020

Meu Canal

Olá,

Coisas de Silvane, agora é Meu Canal, 

 

Quando em 2012 pensei em ter um BLOG minha vida transformou-se ... Abandonei a ideia do BLOG e fui viver integrada e entregue a uma nova realidade. 

 

Meus filhos, a época com 7 e 5 anos, um casamento estável, e saindo de uma experiência profissional linda, mas que me desafiava a ampliar meus passos.

 

Trabalhar na Escola do Mar era maravilhoso. Navegar quase que diariamente me fazia viajar. Fiz verdadeiras amizades. Guardo ótimas lembranças e importantes lições.

 

Mas voltando a minha vontade de ter um BLOG, passado tanto tempo de Pandemia (126 dias hoje) me perguntei. Porque não me dedico a algo que me desafie?

 

Aí está um novo desafio.

 

Quero começar pensando na história do último desafio que me interpelou em 2012.

 

Em 2012 fui convidada a coordenar o setor de educação ambiental da Fundação Municipal do Meio Ambiente. A primeira barreira foi, ao aceitar, ter que substituir uma pessoa maravilhosa. Em função das articulações a época, não aceitar o desafio era perder um trabalho lindo, de cerca de 20 anos, realizados nesse setor.

O primeiro drama, aceitar e perder uma relação muito significativa, entre colegas, entre amigas de trabalho e amigas de vida.

Por muito tempo minha decisão foi questionada. E o inevitável afastamento aconteceu.

Um sentimento de perda se estabeleceu. Então era preciso superar o seguinte drama.

 

Manter o lindo legado, valorizar quem esteve à frente deste trabalho por cerca de 20 anos e imprimir uma imagem positiva a meu respeito e em relação ao desafio aceito.

 

Durante mais de um ano, em função de diversas mudanças, construí uma nova relação com o espaço e com a forma de desenvolver o trabalho, e a cada troca nos escalões superiores, minha qualidade profissional e meu trabalho eram questionados. Colocados a prova tive que, várias vezes, declinar da minha decisão de permanecer no desafio. No entanto, os resultados depunham a meu favor. Passaram diretores e eu permaneci. Isso me fez perceber que os dramas estavam sendo superados.

 

Alguns resultados importantes. A mudança da sede, a criação do centro municipal de educação ambiental, a ampliação da equipe, a efetivação de profissionais no setor, o reconhecimento como espaço de estágios e extensão, a implantação da trilha acessível, o criação de um programa de gestão no setor, o estabelecimento da linha de atuação EA institucional e a Linha EA inclusiva, a intersetorialidade, a integração com diferentes políticas públicas, a criação da câmara técnica permanente, a realização da primeira conferência. Muitos outros resultados foram sendo conquistados. Mas o mais significativo foi o reconhecimento do desafio superado. Cresci como profissional e principalmente como pessoa. Amplie minhas perspectivas.

 

Passaram-se 8 anos e avalio que contribui muito além do desafio inicial que me propus. Fiz novas e verdadeiras amizades, fortaleci outras, e tive tantas importantes lições.

Esse tempo de distanciamento social e de reclusão me provocou a buscar outro e novo desafio.

Há algum tempo tenho refletido sobre meu papel para com a humanidade. Sinto que posso contribuir em espaços para além dos territórios que estou acostumada e que me sinto confortável.

Nestes dias tenho me dedicado a estudar e refletir sobre minhas praticas. Tenho revisitado antigos desejos, que na verdade não são antigos, sempre estiveram aqui, em outra ordem de prioridade.

 

Para os próximos dias me proponho a discorrer mais sobre isso...

 

Por enquanto, estou aqui de volta com Coisas de Silvane, agora meu Canal.


terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Coisas de Silvane

Olá
seja bem vindo

neste espaço espero poder compartilhar com vc novidades e desafios ... "Coisasdesilvane" é mais uma etapa da minha metamorfose ... ... vc irá entender em breve...
abraços...